Igreja de Benguela

A MISSA DA VIDA

1. A PRÁTICA CRISTÃ:

É frequente ouvirmos entre os cristãos de todas as nomenclaturas possíveis, afirmações como estas: " cuidado com o fanatismo", " isto de Jesus de Nazaré é uma questão de ideal", "a Igreja não começou contigo, meu irmão," "oh, isso de Jesus, Ele é filho de Deus!...". Enfim, a ladainha de expressões que apontam na direcção de que a vida cristã só é praticável à nível de princípios e de doutrina ou de predestinados, é realmente uma enormidade! A verdade é que, um cristão normal não pode não se empenhar no sentido de viver a praticidade da Vida cristã para a qual todo o cristão foi baptizado em Nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo.

O Concílio Vaticano II deu o bilhete de identidade teológico aos " sinais dos tempos", - como a vida prática. Portanto é dentro da teologia dos sinais dos tempos onde a fé viva encontra a sua fundamentação argumentativa. Pois o Concílio manda "perscrutar os sinais dos tempos e interpretá-los à luz do Evangelho"(GS 4,1). O mundo actual está carente de acções humanas capazes de recriar a humanidade na sua natureza de amar e viver da transcendência. E estas verdades só a prática cristã as pode fazer realidades factíveis.

A vida de cada cristão se faz compreensível através de acções que confirmam os princípios doutrinais contidos nas grandes afirmações teológicas da Igreja espalhada por todo o mundo. Assim, a fé cristã agirá sobre a prática, esta por sua vez reagirá sobre a fé. Neste sentido, a tarefa da teologia( fundamentalmente reflexão e ensinamento da doutrina cristã) no mundo actual será a proposta de estabelecer correlações mutuamente críticas entre uma interpretação da tradição cristã e uma interpretação da situação concreta da vida quotidiana dos cristãos em comunidade eclesial, arquidiocesana, diocesana, paroquial e pessoal.

Hoje como hoje, a urgência de ser cristão recai sobre a vida prática. A teologia deve ser a Teologia da prática da fé. Fazer da Vida, não uma mera consequência da fé e, sim um princípio que actua energicamente sobre todo o processo teológico, se faz imperativo para os que pensam a fé, como para os cristãos simples. Quer dizer, a vida concreta, há muito deixou de ser matéria passiva sobre a qual se projecta a luz da fé, ou apenas aplicar a verdade do Evangelho. Pela prática, a vida possui a sua própria luz. Trata-se de dar primazia à vida para que a teologia se liberte do intelectualismo e a fé cristã signifique um modo de estar e ser no mundo e não uma adesão a uma série de Princípios, tradições ou dogmas dissociados do quotidiano de quem os aceita ou os professa. " A prática entra na teologia a vários títulos:

1. A prática pode ser a matéria-prima da teologia.

2. A prática pode ser o objecto da teologia. Fala-se então de uma teologia ao serviço da prática da fé, da caridade libertadora.

3. A prática pode ser fonte, origem da teologia. Isto significa que, para um teólogo, a prática concreta da fé vem antes, e só depois a teologia. É assim que a relação prática com a prática, a saber, o compromisso concreto com uma Comunidade de fé constitui uma condição pré-epistemologica para todo o teólogo" . Esta citação não é aplicavel apenas ao teólogo, mas a todo o cristão.


2. PRATICAR A VIDA CRISTÃ:

Qualquer angulação que se queira fazer da Vida de Jesus de Nazaré, o mesquinho será evidente se não se sublinhar prevalência da prática sobre a palavra, a doutrina. Jesus era muito mais eficaz que os escribas e fariseus porque a sua Vida era o seu ensinamento e o seu ensinamento era a Sua Vida. Portanto, o " dou-vos um mandamento novo: que vos ameis uns aos outros. Como eu vos amei" de Jesus de Nazaré toma "corpo" e o nosso anunciar Cristo hoje e segui-Lo será confirmado pelas palavras do Próprio Jesus quando disse: " Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos , se tiverdes amor uns pelos outros"(Jo. 13,34- 35). Neste caso, amar é praticar a doutrina. O mesmo é dizer, se praticardes aquilo que professais pela vossa fé a Mim, facilitareis mais conversões ao Meu Evangelho!

Agora, nesta busca de traduzir em praticar a adesão à Pessoa de Cristo, é importante manter viva a motivação de testemunho e missão evangelizadora. Quer dizer, a prática cristã a que nos referimos assume a dimensão de experiência de Deus pessoal e ao mesmo tempo ponto de partida fundamental para a missão, enquanto confirma Jo.1,14-15 : " E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós; e nós vimos a sua glória, glória que ele tem junto do Pai como Filho único, cheio de graça e de verdade". Importa recordar que a Glória de Deus , nesta citação, significa a manifestação da presença de Deus e que a prática de Jesus através dos milagres,"sinais" mostra e anuncia que Deus permanece e age Nele em benefício daqueles que aceitam o seu Evangelho. Nesta mesma linha de pensamento se pode aplicar Jo.21,24: "Este é o discípulo que dá testemunho (pratica a doutrina) dessas coisas e foi quem as escreveu; e sabemos que o seu testemunho é verdadeiro". Destas citações, sem medo de errar, podemos concluir que, dar testemunho é praticar a religião como ir à Missa dominical e participar na comunhão e com uma certa regularidade confessar-se, viver a sexualidade como cristão e através dos sacramentos, na saúde ou na doença sempre com o coração voltado para Deus. A isto tudo devemos acrescentar que, a vida cristã deve ser prática em relação à moral, aplicação dos Direitos Humanos, ao desenvolvimento humano pessoal, nacional e Internacioal, à solidariedade, à reconciliação, à justiça social e à busca da transcendência humana revelada em Jesus Cristo. Portanto, se deve dizer que, no tocante à esses temas, os homens e mulheres cristãos são e devem ser os especialistas e técnicos naturais.

Primado da prática sobre a doutrina para se ser cristão hoje, coincide com a citação de Jo.15,1-2: disse Jesus: " Eu sou a verdadeira videira e meu Pai é o agricultor. Todo o ramo ( cristão ou cristã) em mim que não produz fruto (que não pratica a sua fé) Ele o corta, e todo o que produz fruto ele o poda, para que produza mais ainda".E no outro passo do mesmo capítulo Jesus disse: " Vós sois meus amigos (cristãos), se praticais o que vos mando. E isto vos mando: amai-vos uns aos outros (14.17)".

Portanto, a vida cristã é praticável nos moldes do Samaritano (Lc.10,33- 35). Funciona somente a lógica da compreensão e da abertura à situação da pessoa concreta.

2. O MÉTODO PRÁTICO DA VIDA CRISTÃ:

Antes de tudo concordemos em fazer um inventário pessoal das implicações da Missa, na vida humana. O segundo momento deve ser o de encontrar uns pequenos gestos expressivos do amor eucarístico e projectá-los como um mecanismo de celebração permanente da Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo (Missa).

2.1. FAZER DA MISSA O CENTRO PRÁTICO DA VIDA PESSOAL:

A antropologia cristã e o cristianismo têm por seu coração Jesus de Nazaré e fundamentalmente a sua morte e ressurreição. O processo da sua captura, julgamento e condenação à morte é presidido por sua libérrima vontade de se doar pela humanidade concretizada e singularizada em todos os que pela fé aderem à sua proposta de amor e de vida. E foi por eles que, Jesus de Nazaré , "na noite em que ia ser entregue"(Mc.14,22- 23), criou um modo de ser perenemente presente na história pela sua doação, na "Palavra proclamada, e sobretudo no seu Corpo ( pão consagrado) e no seu Sangue ( vinho consagrado). É aqui onde encontramos o Centro da vida cristã" . Ele se chama Missa. É Fonte de vida da Igreja e da Prática cristã comunitária e pessoal. Segundo Lc. 24,32-34, a Missa, faz dos discípulos de Cristo (cristãos) homens e mulheres do caminho, que compreendem com o coração as "Escrituras" porque amam e se põem à caminho ( prática) da vida com o sentido que lhe vem do partir o Pão com o Ressuscitado, embora invisível, mas eles creêm, porque "só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos..." . Toda a pessoa que se faz cristã, imprime à sua vida o estílo de uma viagem, como daqueles dois discípulos à caminho de Emaús, lado à lado com Jesus. O importante a ter em conta no caminho com Jesus, é o facto de que ele à qualquer momento pode intervir com uma nova explicação das Escrituras e tudo que se referia à Vida do Messias. A Missa é um desses momentos da intervenção de Jesus. Através dela, Jesus explica, "re-aquece" a nossa vida, a ilumina e a entusiasma outra vez. Ele a faz recomeçar em maneira de obras ( prática) cuja medida só o amor é capaz de compreender.

A Missa permite que, a vida dos cristãos se encontre com Deus-Amor. O lava-pés de Jo.13,1-15 é a indicação da realização desse encontro de Amor. Nele, a humanidade se apercebe de que, é sempre possível fazer memória "in crescendo" no relacionamento salvífico de Deus com a pessoa humana. A estrutura do rito da celebração denuncia por si mesma, uma prática permanente: começa-se de pé, do presidente à todos os membros da assembleia, fazem-se gestos, e há um circuito de sentar-se levantar- se que só termina com a bênção e despida da Assembleia por parte do presidente. Desta estrutura se pode concluir: ir à Missa, é ir à um exercício prático de sacrifício e amor. É ir treinar-se na vida de amor e serviço. E como consequência: viver como quem frequenta a Missa! Sendo a Missa o centro da Vida cristã, na Igreja Católica, amar e servir os outros depois da Missa-liturgia, é demonstrar quanto e para que serve. A Missa é a celebração do compromisso do amor por toda a vida. Desde a Missa Deus capacita a fraqueza humana para amá-Lo incondicionalmente e amar a pessoa humana pela qual Jesus se fez Eucaristia.

Durante toda a Missa o coração cristão deve permitir-se a abertura ao amor de Deus e humano fazendo a comunhão eucarística. E depois, da Missa a abertura às "necessidades" de Deus (oração) e das pessoas no amor e na compreensão. Assim, a Missa servirá para a vida dos que a celebram, na Igreja paroquial, na família, no coração, na espiritualidade pessoal como fonte de abertura ao amor de Deus e das pessoas.

Com todas estas considerações, o espaço que vai de uma Missa à outra, se transforma num tempo de pesquisa e empenho num programa pessoal, mas em rascunho para o"passar" à limpo com a ajuda do Mestre da vida,- Jesus Eucarístico, Amor sempre vivo,-é o que sempre se pedirá para uma "participação consciente, activa e frutuosamente" .

a) A Missa da Vida:

Viver no dia a dia a presença de comunhão de Cristo, significa ser para os outros pão da vida partido. Tomar iniciativas e gestos que, facilitam a vida dos outros. Neste sentido a alegria cristã brotará do vinho (nossa vida) derramado para a salvação de todos. Jesus está presente na Eucaristia para entrar em comunhão connosco e uma vez em nós, temos de entrar em comunhão de vida com os outros. Neste sentido, é urgente recordar S. Agostinho, quando distribuia a Comunhão, dizia a cada comungante: "torna-te naquele que estás a receber: o Corpo de Cristo". E o comungante respondia com fé: "Amém", assim seja. Era este o modo de mostrar o aspecto dinâmico da Missa ou Eucaristia: ela exige uma vontade de identidade entre as pessoas que se doam continuamente umas às outras. Jesus de Nazaré não é um modelo que permanece distante e distinto da nossa realdade humana. Na comunhão, Ele participa-nos a sua experiência espiritual que, se torna nossa vida. Somos chamados a vive-la em todo o momento, em todo o dia, em toda a semana. Para isto valem os pequenos gestos, mas que são expressão de amor . O sorriso e o exame de consciência fazem parte destes pequenos gestos da Missa da vida.

2.2. PEQUENOS GESTOS DO AMOR EUCARÍSTICO:

1. Exame de consciência:

É de origem milenária na Igreja Católica. Se pratica antes da confissão individual ou no fim do dia pessoal. É o primeiro passo necessário para se fazer a comunhão eucarística como deve ser. Consiste em recolher-se em atitude de revisão de vida diante de Deus e da consciência pessoal, com o propósito de emenda e de acolher o dom misericordiso de Deus. Para esta reflexão ocupar-nos-emos apenas de exame de consciência diário, aquele que habitualmente se faz no fim do dia pessoal e como pequeno gesto de amor a Deus e aos outros. É assim porque antes de repousar e dar por terminada a jornada do dia e como preparação da jornada do dia seguinte, a pessoa recolhe-se em exame de consciência. E seguindo um esquema de três pontos percorre, através de perguntas a si mesma, temas como : Amar a Deus com todo o Coração; Amar os outros como a si mesma; Amar a perfeição como é Perfeito o Nosso Pai do Céu. A importância deste exame está no facto de ajudar a pessoa que o faz, a reencontrar-se nos seus pecados e deixar-se iluminar pela Graça Divina que o leva a sentir aversão pelos pecados cometidos, para num segundo momento se produzir na consciência do cristão ou da cristã a Reconciliação com Deus e com as pessoas humanas ofendidas. De facto, já na confissão dos pecados podemos viver e falar da Eucaristia. Pois, já aqui a alma, a vida perdoada por Deus, celebra alegremente a festa da re-comunhão com Deus e com os irmãos. E se o exame de consciência se fizer também tendo em conta o bem feito, a "Missa" da Penitência será sem dúvida o lugar digno da preparação dos corações para a Missa- Eucaristia e desta maneira para os arrependidos, ela é o contexto natural para agradecer a Deus que os perdoou os seus pecados. A prática cristã iluminada pelo exame de consciência diário aceita a limitação, o fracasso, o pecado e numa atitude de abertura e confiança à graça e a verdade de Deus Amor, se predispõe a aceitar, a rever e a corrigir a sua vida. Desta atitude surge uma vida que se exprime apenas na abertura e na flexibilidade onde, diante de Deus e das pessoas o sentido da vida é constantemente revisado para se manter no caminho do amor.

Desta visão de vida em constante revisão para encontrar respostas às questões do amor à Deus e às pessoas, não pode haver fracassos finais, pecados para sempre, já que quem vive desta maneira está em permanente revisão e correcção da sua vida. O seu exame de consciência no final de cada jornada tem a função de reajustar a vida de à sua realidade, à visão da sua vida de amor à Deus e aos irmãos. Fá-lo mais próximo de Deus, dos outros e do mundo. Destrói a confusão e a fragmentação que a experiência do pecado e da limitação humana produziram nele. Pinta na sua alma a cor da alegria e faz ecoar nela o som da celebração. E para o dia seguinte fá-lo prever um "amanhã de uma nova oportunidade, esperada ansiosamente". E com um sorriso espalhará para todas as pessoas a mensagem de ser feliz e de ser humano porque vive, ama e se alegra neste mundo com os olhos postos no amor e na fidelidade de Deus que se oferece na Eucaristia celebrada em Igreja e partilhada na jornada de todos os dias.

2. O sorriso:

Liz Hodgkinson, na sua obra " Terapia del Sorriso" diz que "um sorriso ou uma gargalhada são o melhor modo para romper o gelo durante uma reunião, porque quando se ri todos em conjunto, desaparece o nervosismo causado pela presença dos outros e se afasta o sentido de hostilidade frequentemente presente quando nos encontramos com pessoas estranhas. Um sorriso lubrifica as roldanas da vida social e torna, seja qual seja o encontro, o mais agradável possível. Um sorriso oferece amizade" . E é esta ideia de oferecer amizade que nos deve interessar para o tema que nos propusemos. Esta amizade é a própria Vida de Jesus Eucaristico que, uma vez terminada a missa-celebração ou liturgia na Igreja, o cristão pega em si para se oferecer aos outros, a começar já pelos que encontra no pátio da Igreja, em família e nos lugares de serviço ou na "praça" onde faz o seu pequeno ou grande negócio. É verdade que o gesto de rir tem muitas interpretações, como: alegria, contenamento, escárnio, felicidade, graça, júbilo, abrir-se, desfrutar, mofa, etc.. E como as palavras são quase sempre fonte de mal- entendidos, é bom fazer selecção do sentido e usar a nossa liberdade de eliminar a ambiguidade do sorriso-palavra e do sorriso-acto ou gesto. Depois desta operação o nosso sorriso será apenas um gesto e expressão de contenamento de uma pessoa às outras; é uma expressão de abertura como uma flor que se abre ao ser humano para transmitir a plenitude da beleza e o inconfundível perfume que faz festa à vida, à beleza da existência humana. O sorriso neste clima, torna felizes as pessoas e ao mesmo tempo as faz provar do único meio natural que o ser humano possui para dizer ao seu semelhante, a disposição de partilhar a sua humanidade. Portanto sorrir à uma pessoa é dizer que se é pessoa como ela e que, se sinta à vontade ou se está mandando a mensagem de que o rosto que lhe sorri lhe é disponível para oferecer todo o bem que precisar!

Para além de ser sinal de cordialidade, é sinal de que a face que sorri é a de uma pessoa, já que o ser humano é o único animal que ri. Mas, o importante no sorriso cristão está no facto de que, tal como"o palhaço faz rir exactamente porque nele se pode reconhecer a imagem caricatural do que nós somos, sabendo, entretanto, que não o somos totalmente", assim o é também o cristão quando ri: convida o seu interlocutor a petencer e a entrar no mundo da alegria pascal que celebra em todas as Missas, mas que o estar ainda neste mundo de alguma maneira o destaca de uma celebração(da vida) da Páscoa (Missa) completamente alegre. Deve- se sublinhar esta verdade: "para rir é preciso pertencer a um mundo e poder destacar-se dele, de algum modo ser e não ser parte dele" . Efectivamente, o sorriso cristão é um gesto profético por um lado, denuncia o ser apegado do ser humano à este mundo, pelo facto do bem- estar, dificilmente o homem de hoje vive o seu ser transcendente. A sua ligação à Deus é fraca ou quase inexistente. O coração do homem contemporâneo não encontra espaço e tempo para Deus, porque o bem-estar material e o dinheiro, não deixam espaço, nem tempo para mais ninguém. Por outro lado, o sorriso de um cristão é um teimoso protesto contra a ausência da festa, da alegria na vida dos crstãos logo a seguir a Missa e durante toda a semana até a outra Missa dominical ou semanal. É um grito d'alegria a vida que se adianta ao tom sério e cara de poucos amigos de milhões de cristãos depois e durante as suas liturgias. Na verdade, o tom sério do rosto cristão põe em dificuldade a aceitação da mensagem d'alegria e de festa que vem das Missas celebradas. De facto, a Missa participada faz partícipes do mundo celestial através do pão abençoado e do vinho consagrado, os homens e as mulheres deste mundo. Ora mundo celestial não pode não ser alegre e festivo. E daqui a consequência lógica que vem das celebrações de Missas de todos os dias: os cristãos devem ser alegres e festivos todos os dias e em cada momento. Todo este mistério acontecerá quando numa questão de segundos o músculo zigomático levantar os ângulos da boca para a maçã do rosto e o orbicular levantar as bochechas e fazer reentrar a pele das órbitas dos olhos. Desta operação com uma duração de aproximadamente trinta segundos, se acenderá na vida da pessoa humana, a luz da felicidade, da satisfação, da festa, d'alegria e do amor à vida. São os trinta segundos da criação da unidade entre o mundo visível e o invisível, ou da transmissão do ser pessoa diferente à outra pessoa. Digamos, é o momento da festa, da alegria pelo facto da pessoa experimentar a "caricatura", o ser "palhaço" existencial dela própria e da outra. O certo é que, se cria um clima de uma interacção e de vivência que faz feliz quem sorri e assim como à quem é dirigido o sorriso. Pelo carácter "sacramental" de que se reveste o sorriso, não seria exagerado mandarmos este grito aos cristãos de todo o mundo: " Cristãos de todo o mundo, vivei na história humana a alegria que celebrais todos os dias nas vossas Missas"! Sede sacramento d'alegria pascal neste mundo e na triste história dos nossos dias!

PADRE BENEDITO KAPIÑGALA (SECULAR) D'ARQUIDIOCESE DO LUBANGO.

ESTUDANTE EM ROMA


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ultima revisão deste pagina 12 de Novembro 2001