Tradução

Memorando Pessoal da Irmã Maura O'Donohue MMM: Encontro ao SCR, Roma, 18 Fevereiro 1995

Memo Pessoal

Data: 21 Fevereiro 1995

Encontro ao SCR, Roma, 18 Fevereiro 1995

A sua Eminência, Cardinal Martinez nos acolheu, que nos agradeceu pelo nosso relatório e pediu que explorássemos mais profundamente as questões que ele contem. Por causa da língua técnica involvida ele arranjou que 3 do staff que tem Inglês como língua materna iam nos encontrar. Isto era para assegurar que os vários nuanças das discussões não iam perder-se. O Cardeal esperava que mais esclarecimento seria possível numes assuntos e também que a gente ia fazer sugestões para continuar o tema. Depois encontramo-nos com os outros membros do corpo administrativo que eram indicados para discutir connosco.

Em seguida aos introduções pelo bispo John Crowley e os membros de corpo administrativo do SRC (Pe. John Farren, OP, Pe.

Richard Yeo, OSB, and Ir. Sharon Holland, IHM) era claro que não houve um agenda pre-arranjada. Nos sugerimos uma pequena actualização, como meu relatório foi enviado um ano atras. O ênfase da actualização era que estes 12 meses extra de experiência confirmaram em todos os seus respeitos as profundas preocupações que já foram exprimidas naquele relatório.

Umas coisas positivas estavam a ser feitos, como seminários com conferencias de religiosas, e de bispos ao nível nacional e regional. Por outro lado, houve também umas experiências tristes.

Os major assuntos tocadas foram:

 

 

HIV/SIDA continua divulgar-se na sociedade em geral. Ha um aumento correspondente nos números de padres e religiosos que morrem de doenças relacionados com HIV/SIDA. Não ha estatísticas acuradas então é impossível saber quantos pessoas são realmente infectados com HIV. Respostas pela parte do pessoal da Igreja tem sido vários, e os esquemas de resposta podem ser classificados como:

i) amor, cura e compaixão pelos padres e religiosos que morrem de HIV/SIDA - o que é raro.

ii) segredo e negação acerca membros infectados por HIV.

iii) estigma, marginalização, isolamento, rejeição e inimizade aberta.

Referiu-se a exemplos naquele relatório da falta de exprimir interesse e cura, e mais exemplos foram dados de padres que ficaram isolados no hospital pelos seus comfratres, sem visita durante varias semanas ou até meses; umes foram enviados para suas aldeias para as suas mães e familiares cuidarem deles.

Discutiu-se o alcance do abuso de irmãs pelo clero em vários situações, por exemplo como párocos ou directores espirituais. Nestes abusos são incluídos candidatos que são violados quando procurem do pároco os requisitos certificados e cartas testemunhas. Umas congregações agora decidiram não pedir candidatas trazer estes documentos, e até quando uma postulante traz umas tais cartas, as superioras não aceitem, por causa da possibilidade que foram violadas ou já estão gravidas.

Neste contexto explicou-se que em muitas culturas e impossível para uma mulher ou jovem de recusar um homem, sobretudo um homem mais-velho, e especificamente um padre. Isto por causa do status baixo de mulheres naqueles sociedades, a falta de educação formal delas, e o facto que padres são postos num "pedestal" e reconhecidos como membros educados da sociedade.

Isto encaminhou uma discussão acerca da vulnerabilidade das irmãs de congregações diocesanas, por causa da sua dependência do clero local. Foi mencionado que muitas irmãs nestas congregações não sabem que podem requerer reconhecimento Pontifical. Me perguntaram o que podia-se fazer para assistir congregações diocesanas e a posição delas. Eu admitiu que não pensou muito naquilo, falei se seria praticável de considerar inculturação da vida religiosa e a possibilidade de membros de congregações diocesanas não fazer votos perpétuos. Pois se fazer votos perpétuos seria só reservada a congregações de Direito Pontifico, seria estimulo para pedir reconhecimento Pontifical. Mas explicou-se depois que quando congregações locais são reconhecidos Pontificalmente, não continuem receber fundos da Diocese, o que também podia aumentar a sua vulnerabilidade.

Os membros conheciam a situação de Malawi onde o governo central (duma congregação) era demitido pelo Ordinário Local. Mas eles não sabiam que nada foi feita até que receberam o meu relatório. Nem sabiam a razão da demissão.

Exemplos foram dados também de situações onde padres trouxeram irmãs (e outras mulheres jovens) a instituições sanitárias Católicas para aborto. Alguns colegas profissionais leigos dirigiram-se a mim com questões o que fazer ou se deviam demitir-se a continuar trabalhar nestes hospitais.

Eu deu um exemplo dum padre que trouxe uma irmã para aborto. Ela faleceu durante a operação, e o padre oficiou na Missa Requiem dela. A resposta era de silencio atordoante. Eu perguntei se aquele padre pode esperar receber alguma assistência.

Acerca dos seminários me perguntaram como nos (Pe Vitillo e eu) os dirigiram. Quando expliquei que estes seminários demorem umes dias, ate duas semanas, eram muito surpreendidos, pois pensaram que seriam seminários duma hora ou uma sessão. Eu respondi explicando que há necessidade de informação muito básico em relação com anatomia, fisiologia, biologia e aspectos de relações humanas, teologia sexual e espiritualidade e as implicações pastorais de tudo isso.

Nos sublinhamos a nossa preocupação que a informação que nos partilhámos era já, até certo ponto no foro publico, [2 palavras ilegíveis] leigos e outros membros da comunidade leiga já sabiam dos abusos. Numas situações houve publicidade nos jornais. Também como resultado dos vários representações que foram feitas a mi estes assuntos são agora discutidas nos seminários e encontros das conferencias de religiosos. Este facto esta em grande contrasto ao passado, quando as superiores também era demasiado embaraçadas para falar do assunto, receando que a sua seria a única conferencia que sofreu disto. Agora há um certo sentimento de solidariedade e partilha, como também de raiva exprimida pelas superioras e irmãs por causa das injustiças que aconteceram.

Também falou-se da maneira que o celibato e interpretado numas culturas, e um exemplo foi dado dum Vigário Geral num Diocese que falou plenamente aberto deste assunto, dizendo "celibato no contexto Africano significa que um padre não casa, mas não que ele não tem crianças."

Em seguida fizemos as seguintes recomendações:

A ideia duma comunicação da Sagrada Congregação para Religiosos e institutos seculares através dos canais apropriadas, para congregações religiosos no mundo inteiro em relação do tratamento dos seus membros com HIV/SIDA, para falar as questões de cura, tratamento e apoio pelas sociedades religiosas em questão. Isso seria incluir a ideia de dirigir a sua cura com amor e compaixão e apoiando-os na sua doença e sofrimento. Uma tal comunicação daria encorajamento enorme para muitas situações onde medo bloqueia uma resposta que esta na linha de dignidade humana e os valores do evangelho. Seria um sinal tangível e bem-vindo da Santa Sé no momento que números de homens e mulheres religiosos com HIV esta aumentar.

2. Em relação com os abusos difundidos, sugerimos que a Sagrada Congregação das Religiosas e Institutos Seculares ia nomear um Visitator Apostólico para investigar da primeira mão os assuntos que lhes fizemos conhecer. Sugerimos que parte ou toda AMECEA região de África podia ser uma área geográfica apropriada como resposta inicial visto as preocupações serias de religiosas locais nestes países. Por causa do caracter e delicacia das questões envolvidas, sentimos muito importante que uma mulher participasse num tal team. Uma tal visitacao numa base bem acessível (??) daria encorajamento enorme aos religiosas locais que nos imploraram de dar estes assuntos directamente na atenção da Santa Sé. Seria visto como sinal potente de preocupação e cura para as mesmas religiosas.

3. A vulnerabilidade das congregações Diocesanas era muito na nossa mente e partilhamos as nossas preocupações. Não somos competentes de falar das suas relações com a Santa Sé e os Ordinários Locais. Mesmo assim, exprimimos a esperança que um mecanismo podia ser introduzida para poder dar directamente ao conhecimento da Santa Sé casos de abuso de caracter mencionada no relatório.

4. Também exprimimos a esperança que uma acção especifica podia ser tomada pela Sagrada Congregação para aconselhar e dirigir todas as congregações religiosas nestes situações de abuso e gravidez, e também sublinhámos a nossa preocupação que aconselhamento e apoio seria disponível para aqueles que são considerados os autores de abuso.

5. Também sugerimos a ideia de educação de religiosos em relação com respeito ao desenvolvimento humano, relações humanas, sexualidade, celibato e maturidade afectuosa podia ser reinforcada como parte das programas de formação. Se podia-se criar alguma ligação inter-Dicasterial seriamos muito dispostas a colaborar.

6. Somos conscientes que muita discussão ultrapassa limites Dicasteriais e exprimimos a esperança que uma "força-tarefa" inter-Dicasterial podia ser contemplada, composta da Sagrada Congregação para Religiosos e Institutos Seculares, da Evangelização dos Povos, e dos Bispos, para investigar as varias implicações do que tínhamos discutido no interesse dos Bispos, clero Diocesano, religiosos e leigos, e a boa fama da Igreja Católica em geral.

Sublinhámos que não podíamos minimizar a nossa preocupação das repercussões possíveis de NÃO tomar medidas para a missão e posição da Igreja no futuro, e exprimimos uma disposição de oferecer qualquer ajuda ou cooperação para avançar neste assunto.

Maura O’Donohue MMM 21 February 1995

Documento original em Inglês foi colocado no Internet, sem autorização da autora, pelo "National Catholic Reporter" (Kansas UEA), 9, março 2001:

http://www.natcath.com/NCR_Online/documents/africadocuments.htm

Tradução feito pelo prof Michael Buykx, Angola.


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